quinta-feira, 27 de agosto de 2020

CÃO PASTOR CELEBRA HOJE, OS QUATRO ANOS DA HISTÓRICA BATALHA DE JAÚ

LÁ O CATS CONQUISTOU UMA VITÓRIA E UMA CLASSIFICAÇÃO, QUE PELAS CIRCUNSTÂNCIAS SE TORNARAM  EMBLEMÁTICAS NA HISTÓRIA DO CLUBE

Era madrugada, do domingo, 28 de agosto de 2016, quando 18 integrantes da Torcida Super Raça, se reuniram no portão principal do Estádio Municipal Vereador José Feres, (o Canil do Cão Pastor), para uma viagem de 310 km, até a cidade de Jaú, onde o C. A. Taboão da Serra,  (o Cão Pastor), jogaria diante do E. C. XV de Novembro, (o Galo da Comarca), visando classificação para as 4ªs de final do Campeonato Paulista da 2ª Divisão.

A equipe que integrava o Grupo 5  disputava a última vaga para a fase seguinte, contra a equipe do G. E. Prudente, (o Touro do Oeste), e só dependia das próprias pernas; vencendo se classificaria,  empatando teria de esperar um tropeço do Touro diante do Jabaquara A. C. (o Leão da Caneleira), O Galo da Comarca,  já estava classificado.

As quatro horas da viagem com destino a Jaú, transcorreram num clima da muita festa, aos gritos de "Taboão minha vida é Você", "Aqui é tudo loco morador de Taboão", e outros mais entusiasmados e menos publicáveis. Chegaram ao Estádio Zezinho Magalhães (o Jauzão), guiados pela Guarda Municipal da cidade. 

Os Taboanenses foram recebidos pela Torcida Galoucura, do XV, que havia sido cordialmente recebida, na partida do 1º turno, no Canil do Cão Pastor, e retribuiu gentilmente a acolhida, neste jogo em Jaú, dai surgiu uma amizade entre estas duas organizadas. 

Mas ao adentrarem o estádio; os torcedores começaram a entender que o dia  não seria nada fácil, as portas dos banheiros estavam todas trancadas, as poucas torneiras disponíveis estavam tão secas, "que tinham teias de Aranha", a esperança era comprar água dos vendedores do estádio, porém, desde o início até o final da partida, jamais  nenhum deles deu as caras e o acesso para as cantinas também estava fechado.

Nas arquibancadas, o sol esquentava o concreto e a temperatura rondava os 30°. pra se ter uma ideia da recepção que o XV dispensou à delegação de Taboão da Serra, foi neste local que acomodaram a Diretoria, entre eles o Presidente Anderson Nóbrega, no conforto da diminuta sombra de umas das parede das cabines de imprensa. Relatos da comissão técnica davam conta de situação semelhante nos vestiários.

A batalha:

O setor das populares do Zezinho Magalhães, abrigava naquela manhã, uma apaixonada e ruidosa platéia de mais de 6500 pessoas, disposta a empurrar o Galo para a vitória a qualquer custo, o apoio da torcida do XV,  comparada ao da torcida do Taboão da Serra, era de cerca de 360 pessoas para 1, pense numa maioria esmagadora.

Quando a bola rolou no Jauzão, a situação do Cão Pastor começou a ficar dramática, o XV passou a dominar as ações e a levar perigo ao gol de Veloso, o time não conseguia se encontrar em campo, era amplamente dominado pelo adversário e só não foi derrotado na primeira etapa, por que os atacantes do Galo erravam as finalizações e quando acertavam encontravam o goleiro Veloso, até por isso o primeiro tempo terminou mesmo Galo da Comarca 0 x 0 Cão Pastor.

O pior estava por vir:

O retorno para a segunda etapa, aconteceu antes no Paulo Constantino, (o Prudentão). Quando os times do XV e do Taboão retornaram a campo, foi o exato instante em que saia o primeiro gol do Touro do Oeste; pronto, o empate já não servia para o Cão Pastor. Mas não era tudo: aos 5 minutos o apoiador  Vinícius Cabelo, camisa 7, abriu a contagem; Galo da Comarca 1 x 0 Tricolor da Serra.

Era o tiro de misericórdia, o Tricolor estava inapelavelmente eliminado da competição, e ainda tinha mais. o Prudente desatou a fazer gols e dos 11 aos 29 minutos, (22 em Jaú), ampliou o placar para: Touro do Oeste 5 x 0 Leão da Caneleira. podia piorar?

Sol a pino em Jaú, sem água pra beber, o time perdendo, o Prudente goleando e a desclassificação a minutos de se confirmar. a diminuta, mas barulhenta, torcida Taboanense, que ouvia os insultos vindos das populares do Jauzão, tipo "Maloqueiro vorta pra favela" entre outros, e  pior, o doloroso "Ai, ai, ai, tá chegando a hora" esmoreceu e deixou de empurrar o time.

Mas um fato corriqueiro no futebol, pode ter determinado, a mudança desta história; aos 23 minutos o juiz, sr. Rafael Gomes Felix da Silva, interrompeu a partida para a reidratação dos atletas, foram 3 minutos de bola parada. que fizeram toda a diferença lá no final do jogo.

De volta da reidratação, outro drama começou a ser vivido na arquibancada, longe da sua comissão técnica, os dirigentes do Cão Pastor se esforçavam para se comunicar com o técnico Axel Arruda, sem sucesso, o tempo passando, o desespero tomando conta, era tragédia anunciada.

Tudo parecia perdido, uma longa e triste viagem de volta se avizinhava,  toda a esperança estava esgotada. Toda a esperança? nem toda, por que em campo, haviam 11 guerreiros, que ainda não tinha entregado os pontos. Foi ai que surgiu a tradicional verve do Cão Pastor.

O time que voltou da parada técnica, foi absolutamente outro, passou a equilibrar as ações, e em pouco tempo, já encurralava o adversário, a torcida da casa entendeu o momento e passou a apoiar ainda mais o seu time e a insultar ainda mais os Taboanenses,.

Em campo o Cão Pastor rosnava cada vez mais Forte, mas o relógio era implacável, o jogo entrava na reta final e só a virada servia pro Tricolor; era uma tarefa fácil de se propor mais muito difícil de ser realizada.

Ressurgindo das cinzas:

Em Prudente  terminava o jogo, não sem antes sair o sexto gol Prudentino; placar final: Touro 6 x 0 Leão, festa no oeste paulista, 10 minutos separavam o Prudente das 4ªs de final. Em Jaú o relógio apontava 40 minutos e 6500 torcedores cantavam a plenos pulmões: "ai, ai, ai tá chegando a hora" dava para se ouvir em Bauru.

Neste instante a zaga Jauense rebatia e a bola encontrava na linha da grande área o centro avante camisa 9, Mascote; ele acertou uma sapatada de perna direita rasteira, no cantinho esquerdo, sem defesa para o goleiro Giovane: XV 1 x 1 Tricolor.

O XV e a sua torcida se retraíram, a Super Raça tomou conta do Zezinho Magalhães e o Taboão tomou conta do jogo. Subiu a placa de acréscimos; 6 minutos; exagero? não; 3 minutos das paralisações e mais 3 da parada técnica, o sr. Rafael Gomes Felix da Silva prometeu jogo até os 51 minutos.

Aos 48 minutos o atacante camisa 16, Raudinei, apareceu cara-crachá, com o goleiro Giovani  e acertou um chute de cabeça, a queima bucha, mas o arqueiro praticou o chamado milagre e impediu a virada Tricolor, era o último cartucho, nem o mais otimista dos torcedores do Tricolor Serrano já acreditava na virada.

Qual nada, 50 minutos, escanteio pro Cão Pastor;  após a cobrança a bola sobrevoou a zaga do XV, que não cortou, se ofereceu no bico esquerdo da pequena área, para o 4º zagueiro Dudu, camisa 4, que de perna direita acertou o chute que quicou na marca do pênalti, encobriu Giovani, e calou o Zezinho Magalhães. Final inesquecível de jogo: E.C. XV Novembro 1 x 2 C.A. Taboão da Serra.



Um detalhe; quando a bola passou pela zaga e caiu aos pés de Dudu; mesmo antes deste finalizar a gol e desempatar a partida, torcedores e membros da diretoria Serrana, já estavam correndo para as populares, para devolver os insultos recebidos durante a partida. A GCM-Jaú precisou entrar em ação, e logo contornou a situação.

Outros detalhes marcaram a heroica vitória do Tricolor da Serra, nesta que ficou conhecida como a "BATALHA DE JAÚ"; o Presidente do clube, Anderson Nóbrega, e o chefe da Torcida Super Raça Taboão, Thiago Câmara, em prantos trocaram um longo abraço nas escaldantes arquibancadas do Zezinho Magalhães. E o selo da amizade entre as torcidas Galoucura e Super Raça Taboão, a organizada da casa foi até onde se encontrava a visitante e posaram para uma foto.

Um último lance de sufoco: no retorno a Taboão da Serra, o motorista, destruiu a cancela de uma cabine de cobrança de pedágio, que resultou em uma hora de atraso. problema? Que nada; só mais uma hora pro torcedor festejar no caminho de volta; uma tempestade de alegria.

E a batalha não terminou:

O dia 31 de outubro de 2016, marcou a retomada da batalha de Jaú. neste dia aconteceu o Conselho Técnico da Série A-3 2017. Instantes antes do início da reunião, representantes do C. A. Sorocaba, apresentaram o pedido de licenciamento, alegando dificuldades técnicas e financeiras para disputar a competição.

O regulamento da FPF indicava o 3º colocado na classificação geral da 2ª Divisão 2016, para ocupar a vaga, por acaso era o C. A. Taboão da Serra. mais havia um impeditivo, o Canil não tinha a capacidade minima exigida para disputar a Série A-3; E o XV de Jaú o 4º mais bem colocado, entrou com recurso, alegando que tinha estádio dentro do regulamento e reivindicando a vaga.

Porém, A Federação deu preferencia ao regulamento e impôs um prazo de 45 dias para o Cão Pastor adequar o Canil; isto é, aumentar a capacidade em mais 700 espectadores, e reformar vestiários, além de outras dependências do estádio.

Mais uma vez o clube Serrano mostrou toda a sua fibra, em parceria com a prefeitura, em apenas 38 dias, todas as exigências do regulamento foram cumpridas, inclusive a capacidade que foi ampliada para mais 2000 torcedores. mais uma batalha vencida, de novo contra o XV de Jaú. Enfim outras deverão vir.

P.S. Esta matéria não tem a intenção de denegrir a imagem do E. C. XV de Novembro de Jaú, (o Galo da Comarca), equipe tradicional e gloriosa do futebol do estado de São Paulo, que se utilizou de meios lícitos, (embora longe de facilitar a vida), nestes embates, mas sim enaltecer as façanhas do C. A. Taboão da Serra, (o Cão Pastor).

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